Mulheres de Torres

Maria Natália Pereira é uma mulher da nossa aldeia, mulher lutadora e com muito valor. Sempre fez e continua a fazer as lides da casa, a cuidar dos animais domésticos, a fazer qualquer trabalho na agricultura, a cuidar dos netos e da bisneta e, na carpintaria do marido, sempre trabalhou com ele executando qualquer  tipo de trabalho – e ainda hoje, após a sua partida, continua a utilizar as máquinas para burilar as tábuas e com elas fazer uma gamela ou um outro qualquer objeto utilitário em madeira.

Maria Natália Pereira, no dia do cortejo da Festa do Bunho e do Junco, outubro de 2019.

Para além destas competências, há algo de diferente nesta mulher do povo, que a valoriza e causa a nossa admiração: o seu interesse e gosto pelas tradições locais, pela História da sua terra; o seu empenho em não deixar desaparecer as memórias de tudo o que consideramos ser a alma dum povo, aspetos em relação aos quais nem todas as pessoas são sensíveis.

Graças a ela, a nossa Associação conseguiu localizar muitas das alminhas que existiram em Torres e que hoje já desapareceram, saber ainda histórias, curiosidades e profissões já desaparecidas na aldeia. Foi ainda com a sua ajuda que fizemos um estudo sobre a importância da Nossa Senhora do Desterro e despertamos para a procura da possível existência de uma residência senhorial em Torres e da sua localização.

Natália, obrigada por todos os conhecimentos que nos transmitiste e pelo gosto e entusiasmo com que o fizeste. Graças a ti, muitas memórias serão guardadas e relembradas por muito mais tempo. És um exemplo para a tua família e para os teus netos, que muito têm a aprender contigo.

Maria Natália Pereira, em primeiro plano, é também uma artesã do bunho.

Não vamos esquecer tudo o que nos confidenciaste e procuraremos, com as tuas informações, continuar a fazer investigações que nos possibilitem dar ao lugar de Torres a importância histórica que  teve no passado.

Para ti, o meu obrigada e votos sinceros para que continues com essa memória prodigiosa e esse gosto e amor pela tua terra natal.

Natália Loureiro

A empa das vinhas

A boa empa prepara o sucesso da vindima

Há dias soubemos que se ia fazer a empa nas vinhas de um dos nossos associados e resolvemos ir ver de perto como ia ser usada a verga que o senhor Amândio tinha preparado antecipadamente. A sua finalidade é fixar na videira, num arame ou num pau, as varas que foram escolhidas, quando se fez a poda, para se poderem segurar bem com o peso das folhas e das uvas.

Esses momentos foram registados e a sua visualização permitirá perceber melhor em que consiste esta tarefa.

Fotos e vídeos de Marianne van Gool-Moerings

A empa de uma vinha, em Torres
Apesar do rigor do inverno, a empa, em Torres, tem que ser feita!