Apanha do bunho

A Lagoa de Torres, que tanto bunho produziu ao longo do século passado, não consegue atualmente satisfazer as necessidades das poucas artesãs da terra. Por essa razão, precisamos de ir buscar esta planta aos campos alagadiços de Perrães.

O bunho, já cortado e seco, é apanhado e feito em molhos.

Este ano não ceifámos o bunho, pois o artesão, senhor Paulo, que nos facilita a aquisição desta matéria-prima, resolveu que o serviço do corte devia ser feito por uma máquina. Assim, já depois de cortado e seco na terra, um grupo de associados dirigiu-se ao local para apanhar o bunho e com ele fazer molhos, que depois foram transportados para Torres e aí guardados.

O bunho, já em molhos, é carregado para as carrinhas.
Sr. Paulo, de Perrães, com um molho de bunho à cabeça, recriando vivências passadas.

O momento foi de franco convívio e, estando o trabalho concluído, partilhou-se uma merenda bairradina, com o privilégio de se contemplar uma bela paisagem, tendo de um lado campos de bunho e do outro verdejantes arrozais.

Desejamos ardentemente que o trabalho artesanal que será feito com este bunho possa ser visto e admirado na festa do bunho, que esperamos poder realizar no próximo mês de outubro, para alegar a nossa aldeia e recriar tradições ancestrais.

Apanha do bunho.

Fonte da Cuba – nascente misteriosa

No lugar de Torres existe uma Fonte, bastante antiga, a que todos chamam Fonte da Cuba. A Associação gostaria de descobrir factos sobre a sua origem e sobre a importância que ela terá tido na fundação desta aldeia, pois sabemos que sem água não se criavam povoações. Dizem as pessoas da terra que era da Fonte da Cuba que seguia água canalizada para o lavadouro público existente na Rua Principal, bem como para um fontanário localizado onde hoje se encontra a atual capela.

Foi numa bela tarde primaveril que um grupo de associados partiu à descoberta da Fonte da Cuba, seguindo a pé pela rua com o mesmo nome.

A paisagem envolvente é composta maioritariamente por vinhas, oliveiras e, ao longe, avistam-se pinhais e eucaliptais.

Percurso da Fonte da Cuba e vinhedos

A Fonte da Cuba está votada ao abandono; necessita de uma intervenção que a dignifique e requalifique, mas também que proteja os transeuntes mais incautos, pois a única proteção existente é uma simples vedação em madeira, mandada colocar pela Junta de Freguesia.

Fonte da Cuba

No inverno, a água transborda, enlameando tudo em redor; no verão, a nascente mantém-se, mas é necessário descer uns degraus para aceder à água. É nesta fonte que se enchem os depósitos dos tratores para tratar as vinhas em redor. Diz a população que nunca a fonte deixou de ter água, mesmo no pico de verão, apesar dos poços de Torres ficarem muitas vezes secos durante a época estival.

Está prestes a ser implementado, pela Câmara Municipal de Anadia, e com o contributo da Associação Recuperar a Aldeia de Torres, um percurso pedestre que passará por este local. Apelamos às entidades competentes para que requalifiquem não só a Fonte da Cuba como o espaço envolvente, de forma a torná-lo ainda mais agradável e encantador para os caminhantes e visitantes.

Percurso da Fonte de Cuba

A pouco e pouco, com a colaboração de todos, o lugar de Torres passará a ter mais encanto e suscitará a curiosidade dos forasteiros!