A Lagoa de Torres, que tanto bunho produziu ao longo do século passado, não consegue atualmente satisfazer as necessidades das poucas artesãs da terra. Por essa razão, precisamos de ir buscar esta planta aos campos alagadiços de Perrães.

O bunho, já cortado e seco, é apanhado e feito em molhos.

Este ano não ceifámos o bunho, pois o artesão, senhor Paulo, que nos facilita a aquisição desta matéria-prima, resolveu que o serviço do corte devia ser feito por uma máquina. Assim, já depois de cortado e seco na terra, um grupo de associados dirigiu-se ao local para apanhar o bunho e com ele fazer molhos, que depois foram transportados para Torres e aí guardados.

O bunho, já em molhos, é carregado para as carrinhas.
Sr. Paulo, de Perrães, com um molho de bunho à cabeça, recriando vivências passadas.

O momento foi de franco convívio e, estando o trabalho concluído, partilhou-se uma merenda bairradina, com o privilégio de se contemplar uma bela paisagem, tendo de um lado campos de bunho e do outro verdejantes arrozais.

Desejamos ardentemente que o trabalho artesanal que será feito com este bunho possa ser visto e admirado na festa do bunho, que esperamos poder realizar no próximo mês de outubro, para alegar a nossa aldeia e recriar tradições ancestrais.

Apanha do bunho.