A RTP veio a Torres

No passado dia sete de outubro, uma equipa da RTP veio a Torres para fazer uma reportagem na sede da nossa Associação.

Os técnicos e a entrevistadora da RTP com as artesãs de Torres
Momento da entrevista da RTP à Presidente da Direção da Associação Recuperar a Aldeia de Torres

A expectativa era grande por parte dos habitantes, tanto pelo acontecimento em si, como pelo local escolhido. Isto porque Torres é uma pequena aldeia anónima, muito desertificada e com poucas perspetivas de melhor futuro. A Associação tinha para mostrar diversos trabalhos, tanto na área do artesanato, como da pintura, da recuperação de móveis antigos, da carpintaria no feminino e recolha de canções, usos e costumes.

A vinda, ou melhor, esta vinda da televisão pública foi um grande incentivo que provou aos incrédulos habitantes desta pacata aldeia que o trabalho, a tenacidade, o brio, o espírito de equipa, visando um objetivo comum, movem montanhas.

O sonho da Associação, com um ano de existência, vai sendo paulatina e orgulhosamente cumprido, embora com dificuldades monetárias, pois este ano não teve qualquer apoio, quer de entidades públicas ou privadas, valendo-se das quotas dos vinte e cinco sócios e do erário pessoal dos elementos da direção.

O nosso sonho para esta aldeia é deveras invulgar, talvez intrigante, ambicioso, expectante e diferente … Não o podermos concretizar deixar-nos-á deveras frustrados…

A Direção da Associação deixa um profundo agradecimento a todos os habitantes de Torres que connosco têm colaborado, aos nossos sócios, aos nossos artesãos, e muito especialmente ao querido amigo artesão Paulo Ribeiro, de Perrães, que apoia a Associação desde o primeiro minuto.

Artesãs de Torres, Sr. Paulo Ribeiro (de Perrães) e elementos da Direção da da Associação
‘A Nossa Tarde’ em Torres

Atividades em Torres – Dia Aberto

A situação sanitária atual impossibilitou a realização da 2.ª edição da Festa do Bunho e do Junco. Não obstante, os elementos da Associação e os habitantes da terra uniram-se num esforço comum para assinalar o 1.º aniversário da Festa do Bunho e do Junco, um evento que foi inédito e singular na vida de Torres. Não foi possível vir para a rua com tasquinhas, cortejo, música, ajuntamentos, mas, nos dias 3 e 4 de outubro, os habitantes deram um ar festivo às ruas com enfeites naturais e objetos do uso quotidiano; no pátio da sede da Associação Recuperar a Aldeia de Torres, os artesãos trabalharam o bunho e o junco com entusiasmo e os artistas plásticos expuseram, em vários espaços, os seus trabalhos, em pintura, em fotografia, em barro, em renda.

Decoração da entrada da estrada que sobe para Torres
Exposição de trabalhos de artistas plásticos, no exterior da sede da Associação
Exposição de trabalhos de diversos artistas
Uma esteira em bunho e fotografias de Marta Aguiar
D. Izaíra, artesã e sócia-honorária da Associação, e o Sr. Paulo Ribeiro, artesão de Perrães, colaborador, desde o primeiro momento, da Associação Recuperar a Aldeia de Torres
Preparativos para a confeção de uma esteira em bunho
D. Graciete, artesã e sócia-honorária da Associação, nos preparativos para a confeção de uma pequena esteira em junco

Foi também possível visitar uma exposição de móveis e objetos recuperados, pinturas e peças antigas.

Numa oficina de carpintaria desativada, passou um pequeno documentário sobre as mulheres de Torres e a sua importância na economia local, da autoria de Isabel Carvalho. Foi notória a alegria que transpareceu no olhar destas mulheres quando se viram documentadas, por sentirem que o trabalho árduo e muitas vezes solitário que realizam era apreciado, valorizado e dignificado por alguém vindo de fora.

Esperamos realizar em 2021 uma nova edição da Festa do Bunho e do Junco, com mais alegria, público e melhores condições sanitárias!