Na aldeia de Torres, a produção da batata continua a ser feita em grande escala. Hoje, as máquinas já dão um grande contributo aos lavradores, principalmente na hora de colher. No entanto, a maioria dos agricultores ainda necessita de muita mão-de-obra para a colheita deste tubérculo. Na visita que fizemos, há poucos dias, aos grandes batatais de Torres, conseguimos observar diferentes máquinas a trabalhar: uma apenas arranca as batatas do solo, sendo que depois têm que ser apanhadas do chão e ensacadas à custa de trabalho braçal; a outra máquina, muito mais sofisticada, arranca e aspira as batatas da terra, sendo estas posteriormente selecionadas por pessoas, que separam as sãs – e com calibre padronizado – das pedras e das que foram cortadas. Posteriormente, as batatas escolhidas são transferidas do depósito da máquina para grandes sacos, que levam aproximadamente 1 tonelada cada. Lamentavelmente, o preço da batata não compensa todo este esforço: a informação que nos deram foi que, no final do mês de junho, estava a ser vendida a 0,12 cêntimos o quilo, o que desmotiva os produtores.

Apraz-nos sugerir que a região da Bairrada deveria ser uma região demarcada para a batata, tal como é para o vinho, pois a nossa batata é uma das melhores do país. Talvez dessa forma pudesse ser transacionada a um valor mais justo, que entusiasmasse os produtores a continuar esta cultura.

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