Susana Silva

Nesta fotografia, vemos à direita a mercearia local, propriedade da família Pinto, que respondia a todas as necessidades da aldeia em géneros alimentares, produtos e ferramentas agrícolas, possuindo ainda serviço de correio e telefone público. Lá no fundo, vê-se a capela. A estrada ainda não era alcatroada.

Estes trabalhadores preparam-se para ir sulfatar as vinhas da família Pinto. O sulfato ia na pipa, colocada no carro de bois.

Continuamos a ver à direita a casa da mercearia da família Pinto, atualmente desabitada.A capela antiga já não existe. A estrada está alcatroada.

A capela atual.

No passado dia 1 de março, foram várias as senhoras de Torres que se juntaram para ensaiar canções, algumas das quais com mais de cem anos. O ensaio serviu de preparação para a inauguração da exposição do projeto “Reabilitar-Nós” que terá lugar na Biblioteca Municipal de Anadia, no próximo dia 14 de março.

As senhoras vão apresentar-se vestidas segundo os anos 70 do século passado e irão executar tarefas do seu dia-a-dia, incluindo trabalhos em bunho, sendo acompanhadas por canções que fizeram parte dos divertimentos da sua juventude. 

Tricanitas de Torres

Teus lábios cor de papoila

Cabelos de loira cor

Que te fazem ser moçoila

Nos lindos trigais de amor

Vejo-te sempre a brilhar

Mais do que as outras mulheres

Por isso desejo estar

No lugar onde estiveres

Nós somos as tricanitas de Torres

Lugar da nossa paixão

Nós somos da terra as flores

Nós damos vivas ao pavilhão

Canção ensinada por Lucinda de Jesus Pereira (1904 -2001) às suas bisnetas, quando tinha 88 anos. Esta senhora viveu toda a sua vida em Torres, tendo ficado órfã de mãe aos quatro anos.