Uma tarefa que também se realiza no inverno é a matança do porco. Tentaremos explicar, concretizando, o que se fazia e ainda se faz, hoje, na nossa aldeia.
No dia da matança, faz-se o sarrabulho, que se prepara tal qual nos ensinaram os nossos antepassados.
No dia seguinte, fazem-se, num tacho de cobre ao lume, os rojões de febra, de carnes mais gordas e os do rissô ou “saia da boneca”.
Nesse mesmo dia, fazem- se também as morcelas ou chouriços de sangue. Passados quatro ou cinco dias, com as carnes de febra que foram, entretanto, temperadas com vinho, sal, especiarias e alho, irão ser feitas as chouriças de carne.
E por fim, com a carne dos couratos do porco e outras carnes menos nobres, que ficaram também alguns dias em vinho, sal e alho, irão ser feitas as farinheiras, que levam na sua confeção farinha de trigo ensopada com água dos vinhos de alho, as carnes dos couratos e especiarias diversas.
Para que sejam feitos todos estes enchidos, foram previamente lavadas e desinfetadas, com sal e limão, as tripas do animal.
Estas atividades ligadas à matança do porco proporcionavam um convívio agradável, pois os familiares e vizinhos vinham geralmente ajudar e partilhar o sarrabulho, que era o manjar feito, no dia da matança, para repasto de todos os colaboradores.